Problemática dos Resíduos Sólidos
Atualmente vivemos inseridos em uma sociedade de consumo, baseada no prazer imediato das compras e o estímulo cada vez maior de se engrandecer o “TER” ao invés do “SER”. Este modelo atual de economia, entre muitas outras coisas, trás a problemática do aumento da geração de resíduos. Dados levantados pela ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública, demostram que no ano de 2013 foram geradas 209.208 toneladas de resíduos por dia, o que totaliza uma quantidade anual de aproximadamente 76 milhões de toneladas. Não bastasse o aumento excessivo do lixo, outro desafio que pode ser identificado no Brasil é a destinação destes materiais. Na contra-mão do que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovada no ano de 2010 e que prioriza a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos, infelizmente a maior parte da quantidade gerada de resíduos vai para aterros ou na pior das hipóteses para lixões.
O que se deve levar em conta, além dos números exorbitantes da geração de resíduos, é que toda a sociedade é responsável por este quadro. É verdade! Aquele seu lixo de cada dia, provavelmente, vai parar nos lixões, onde passará por muitos e muitos anos até se decompor. Pesquisas demonstram que a média diária de resíduos gerada pelos brasileiros é de 1,04Kg/dia. Desta quantidade grande parte é composta por materiais recicláveis, principalmente embalagens plásticas e de papel. Tais materiais poderiam ter um destino muito mais nobre caso a coleta seletiva e a priorização da reciclagem fossem levadas mais a sério.
A Importância das Cooperativas
Além dos impactos ambientais causados pela má destinação dos resíduos sólidos há também a questão social e econômica. Muitas pessoas e negócios podem ser beneficiados se os resíduos forem separados e destinados de maneira correta. É o caso das cooperativas de resíduos e os catadores que atuam nestes locais. Estes profissionais atuam na coleta, classificação, beneficiamento e destinação adequada dos resíduos e por isso podem ser considerados agentes ambientais em prol do bom gerenciamento de resíduos de uma cidade.
Embora, muitas vezes marginalizados pela maioria da sociedade, estes catadores e catadoras prestam um serviço de grande importância econômica e ambiental já que seu trabalho reduz a extração de recursos naturais, diminui a poluição do solo, da água e do ar, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, economiza água e luz, redução de custos de limpeza pública, redução dos custos de produção com o reaproveitamento de recicláveis, entre outros.
Como forma a garantir melhor condições de trabalho e renda, estes profissionais vêm se organizando em cooperativas, associações e redes de cooperativas.
Tais cooperativas e associações seguem o que chamamos de Economia Solidária. Este tipo de gestão é baseado em quatro princípios: Solidariedade, Cooperação, Auto Gestão e Viabilidade Econômica. Ao contrário do modelo capitalista, a economia solidária tem um modelo participativo de gestão, onde cada membro participa de forma ativa e responsável pelo andamento da organização; os conceitos de eficiência e eficácia abrangem questões éticas, ambientais e humanistas; o foco não é no lucro e sim nas pessoas; os resultados obtidos são distribuídos igualmente aos associados e, além disso, estimula o consumo consciente e responsável.
Economia Solidária
Uma das premissas da economia solidária também é a ajuda mútua, e neste quesito você pode dar uma grande contribuição. Basta separar seus resíduos recicláveis (plástico, metal, papel e papelão limpo, vidro) dos resíduos não recicláveis (restos de comida, fraldas, embalagens engorduradas). Mesmo que em seu bairro não passe o caminhão da coleta seletiva municipal, você pode entregar o resíduo reciclável em Pontos de Entrega Voluntária (eco ponto) ou até mesmo pesquisar se existem cooperativas e catadores perto de sua casa. Desta forma você fará seu papel social e ambiental para a construção de uma economia solidária sólida e justa em nosso país.